2006-11-13

A condecoração do coração




Segunda – feira é dia de recomeço. Mas como não há, nem presente, nem futuro sem a soma das sensações passadas, vou contar-te o que me deixou perplexa no bom sentido, .
Então, é assim QF (Querida Folha):

Positivo: O padre Lemos propunha-se celebrar missa em Pinheiro da Cruz neste domingo com a seguinte argumentação. “Afinal a celebração da missa é o sacrifício de Cristo, no altar. O altar é o lugar do Sacrifico.” O Padre Lemos não queria, pois, fugir do lugar do Sacrifício. Então celebraria a missa este domingo em Pinheiro da Cruz (o Bispo não terá deixado!) A sinceridade, a autenticidade que este homem transpirava, emaranhava as suas palavras no sentido de responsabilidade do ser humano perante o ser humano um poço trôpego, no falar, nas entrevistas que deu na SIC,

Se pudesse escrevia-lhe um postal e dizia-lhe isto.

Caro Júlio Lemos:

Amigo
Mando-lhe este postal para dizer que o admiro por querer celebrar a vida com os “ seus inimigos”

Um grande beijo até sempre

Astrid

Hoje leio, leio a descrição mais pormenorizada do sequestro de Júlio, no DN ( Roberto Dores) “ “Recorde-se que depois de 19 horas sob a ameaça de uma arma de fogo e de ter sofrido choques eléctricos no ataque das forças policiais aos sequestradores, levando-o a pensar que ”estava cravado de balas e que ia morrer”, Júlio Lemos garantiu que iria continuar a ser o capelão de Pinheiro da Cruz e que queria voltar a ver os seus raptores para lhes pagar uma cerveja, que celebrasse a vida.”

Oh! Prof. Cavaco, as suas condecorações ao pé disto, não valem um cêntimo.