Haverá conhecimento verdadeiramente original ?

Quais são as minhas fontes?

O «lido» algures, o «interpretado» por mim, «o sentido», «o ouvido» ,« o visto», «a minha memória», «a nossa memória»»«»»«»»...

Estamos sempre a plagiar alguem, penso eu.

Haverá conhecimento verdadeiramente original?

Descobri há uns tempos que todos os repeitáveis "chavões educacionais" que o meu amantíssimo pai me inculcou, não uma, mas muitas vezes, foram pensamentos que eu encontrei, muito mais tarde, "pré-formatados" na obra de Auguste Comte, o grande positivista .

Só descobri a fonte dos «chavões educacionais», décadas mais tarde (já o meu pai tinha partido!)

Na altura da descoberta fiquei fula com ele. Duvidei da sinceridade do que eu pensava ser «o homem mais honesto do mundo» que, obviamente, já cá não estava para se defender. "Afinal plagiava", pensei. Hoje percebo que foi o caldo cultural do sec. XIX, em que a geração dele cresceu ( grande apogeu!) que nos pariu, intlectualmente falando. Quem nos tramou ?

Quem nos trama, os filósofos que não existem?As filosofias que ainda não se descobriram?A nossa preguiça ?

Nos seus momentos de pessimismo ele tambem tinha umas "frases", senão feitas, pelo menos que soavam como "sound bites " incisivos, inesquecíveis, verdadeiros.

Anos volvidos, descobri-o (a ele, ao meu queridíssimo pai, nos seus maus momentos) na obra de Shoppenhauer : lá estavam (os mesmos) momentos de desânimo, palavras feitas, frases escolhidas (tipo menu). Não acreditei.

Nem vale a pena citar as vezes que, sucessivamente, o encontrei, ao meu pai, por essa história dos textos filosóficos adentro. Depois perdoei-lhe a "educação" que me dera, em que as fasquias eram tão altas, quanto insuportáveis as frustrações do dia a dia.

Aquela educação era "filosofia" mas tambem "era no ele que acreditava sinceramente, (saberia que estava a plagiar, ele que era médico? ou não estaria a plagiar? )

Eu também "sou aquilo" embora não acredite verdadeiramente naqueles autores enquanto testemunhas e explicadores da história de cada um e de todos . Pelo contrário, até lhes fiquei com um certo pó! Odeio o positivismo.