Cap I
Sexta -feira, à noite. Anteontem, portanto.
Estou só com a minha cadelita que se revela particularmente indisposta. Vómitos, de sangue, diarreia sanguinolenta, etc.
Mais cousa menos coisa, eram 4 da manhã estava com ela ( com o que restava) num hospital veterinário.
Diagnóstico : intoxicação, por evenenamento.
Hoje. terça, continua internada.
E agora? Deve ser o quinto envenenamento. A coisa sai cara.
Porquê que querem fazer desaparecer a pobre da cadela que nem sabe sequer o nome do primeiro-ministro. Só responde a sinais tipo, be....be....be... " olá, linda" be ...be...be. " Ai que cadelinha tão bonita, bla,bla" !
No hospital veterinário há cartazes espalhados " Não abandone o seu animal de estimação, agora no Verão" Até rima. E eu vou fazer campanha. Com mais convicção do que para a CML.
Acho mesmo que a lei devia validar testamentos feitos a cão, no caso cadela.
Sonhei que se ganhasse o Totoloto abria um canil.
Contei à veterinária que, no sábado anterior, tentando atingir um grupo de pombos que debicava no chão, aos mesmos ( presumo) foi dirigido um disparo de chumbinho que não a atingiu a ela ou a mim, por mero acaso.
Ontem fui perseguida por um carro brega conduzido por um sujeitinho brega- brega que me caçou o lugar onde me preparava para estacionar.
Eu disse , saindo do carro " Este lugar era meu!".
O criaturo , de óculos escuros , pequenote, magrote sem sair do carro, cuspiu :" O teu carro não tem sinais de trânsito?"
Estranhei " o teu" a agressividade e a estupidez da atitude, pois havia n lugares para estacionar.
Do lado de lá, saiu a "chevala" louríssima e disse " Queres "apanhar"? Já tiraste a carta?"
Pensei " O melhor é não responder. São bandidos, por certo"
Assim fiz.
Não é que a "madame louríssima" me agarra o braço, onde ficaram inscritas dedadas negras ( hematomas) me puxou o meu querido boné antisolar e eu tive de arrancar com o carro, em alta velocidade , pois o monstro humano avançava, as manápulas para cima de mim e do meu cabelo, artisticamente preso com ganchos.
Quando perdi de vista os bandidos pensei : "Vou à polícia". Doía-me o braço, estava cheia de calor e de irritação e sem o boné.
Talvez mudar para a faixa de Gazza, seja uma solução de paz.