Conheci pessoalmente a Sofia de Mello Breyner Andersen. Desde sempre eu lera a Sofia.
Vim reencontrar um pouco dela, na escrita do Miguel Sousa Tavares.
Quando um dos meus alunos ou não, se proximava para confidenciar que tinha dificuldades no português, na filosofia, enfim em interprertar, liamos em , conjunto a Sofia.
Certo dia eu estava na fila da loja das Meias ( Rossio) e uma senhora à minha frente demorava o desembaraço da compra que fizera.
Eu estava com aquela pressa crónica de estar sempre com pressa, impaciente e disse :" Então, minha senhora'??"
Ela olhou para trás , eu sorri encabulada, mas não a reconheci. Olhou-me de cima a baixo ,
calma, tornando o pagamento mais lento.
O olhar dela foi uma punição, tão severa, que ainda hoje me recordo da mensagem trepassada
" ao demo, a sua pressa, ao demo, a pressa".
Ter oportunidade de conhecer uma pessoa que tanto se admira e acontecer-me isto, pensei?
E se pudesse voltar atras e explicar, como eu gostava dela, como eu a usava como material de trabalho todos os dias, que ela era única!
Até hoje, penso nisso!