Os livros não ensinam nada
São hipóteses que atravessamos
como se agarrássemos relógios
tempos, pessoas, amos.
Há sempre um dia
Em que um turbilhão ,
vem e fecha os livros,
dia em que se morre de frio
e vive de alegria,
ao mesmo tempo.
Olho pela janela e és tu que vens lá!
Eu jurava que eras tu.
Abro a porta mas não está ninguém.
Um pátio adormecido.
Vivalma!
Queria tanto ver-te.
O coração na boca,
na cabeça, leva-me,
em minutos afogueados
rimbombados, infantis
a andar à volta.
Procuro-te.
Onde estás?
A minha pele acaricia
a tua fotografia
pendurada , sem pudor
no meu pensamento.
Volto a casa,
só encontro paredes
postiçadas pelas tuas fantasias.
Só o fascínio das tuas coisas
Espalhadas pela casa
enfeitiçadas, negligênciadas,
como se pó de ouro tivesse
sido espalhado por ti.
Entre nós,
Só a casa.
para sempre.
Uma dôr tão intensa
que desapareceu
desintegrado,
numa poça de sangue,
último vestígio do meu ser.