2007-08-07

Queridas areias

Do lado direito vejo as dunas. Pequenas dunas. Salteadas de cactos, planta de pouca água e muito espinho. lembro-me do Rui Reininho ..."dunas"..."são como divãs"...

Logo a seguir às dunas há uma faixa de areia muito seca, esbranquiçada e solta.

No local onde tenho a toalha estendida, logo abaixo, vê-se uma ligeira camada de areia mais densa, como se tivesse sido molhada há dias, pelas ondas.

A faixa seguinte é ainda mais densa, mais escura, amarelo de Nápoles, indicando que o mar esteve lá durante a noite. Com sinais de pegadas humanas...

Desces até ao mar e vês um longo espelho, refluxo de um onda.É outra faixa de areia . Agora acastanhada, prenhe de água. Areia salgada....

Pequenas, finissimas cascatas vão-se formando, no refluxo.

Passaste as pedrinhas, as conchas mínimas e partidas.

Ergue-se, então, um interior verde de uma pequena parede de água. A entranha da onda é esmeralda.

Lá em cima dela, em equlíbrio instável, espuma , espumas infinitas, a cair,... à pressa a tentar cair na areia espelhada e quieta. Uma areia fêmea.

Até onde o olhar alcança eu vejo esse farto azul franzido da superfície da água, até se perder na primeira nuvem.

A praia está deserta, quase, aqui do lado sotavento da baía .É cedo e andamos mais de uma hora a pé , pela beira-mar até aqui!

Neste lugar, ainda não foram inventados os turistas nem as máquinas fotográficas.