2006-09-08

Natasha a quase- mãe

Da entrevista que ouvi ontem com Natasha (N) na SIC, ficou-me, no ouvido e na “alma”, que naquela relação do dia a dia com o raptor sequestrador, ela detinha mais poder que ele.
Senão vejamos: nas saídas ele ameaçava não matá-la a ela, mas às pessoas a quem ela dirigisse a palavra, de forma suspeita!
Pior ameaçava suicidar-se. Nunca fazer-lhe mal a ela (no sentido de matá-la, que em principio, seria o pior dos males!)
Depois N torna-se quase maternal quando o quer proteger a ele, da imagem que a mãe dele, faria da situação.
Poucos casais ditos normais teriam tanta sensibilidade. Não é verdade senhores psicólogos e psiquiatras?
Esta preocupação é de uma quase-mãe muito poderosa. E foi o que N foi. Muito poderosa. A criança que estava ali não estava aflita. Tinha controlado as aflições do quase-cativeiro, soberanamente.
Sintomático é que ela isole na entrevista o primeiro minuto em que se apercebeu (aos 10 anos) da presença do raptor, no mesmo passeio, da rua onde transitava. E lamente não estar acompanhada da mãe ou não ter “ saltado” para o outro passeio. Alguém contou o número de vezes que ela falou neste episódio (3,4 +) no curto espaço de tempo que durou a entrevista.
Ele sim (se estivesse ali!) estaria animalescamente aflito com clara vontade de morrer
(ou ter morrido, mais propriamente) pungentemente agonizante!